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Livros de autoajuda com base teórica para indicar aos pacientes

Em momentos diversos da terapia, podemos sentir a necessidade de indicar alguma leitura para nossos pacientes. No entanto, em virtude da grande oferta de títulos, os terapeutas podem ficar perdidos sobre o que exatamente recomendar. Além disso, muitas obras não têm fundamentos teóricos ou científicos, consistindo em textos superficiais ou inadequados para um contexto psicoterapêutico. Neste post vou listar boas indicações para pacientes no âmbito das Terapias Cognitivo-Comportamentais. Lembre-se de LER os livros antes de indicar, pois pode ser que haja algo que não se adeque ao seu paciente nessas obras, podendo mais atrapalhar do que ajudar. Além disso, nada mais constrangedor do que o paciente comentar algo sobre o livro e você ficar com "cara de tacho". Outro ponto: não é porque esses livros oferecem ferramentas práticas que você vai aplicar tudo de forma indiscriminada. Lembre-se de contextualizar tudo, fazer uma boa conceitualização de caso e de que o outro é um ser huma

O parceiro(a) crítico(a)

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Talvez seja comum para muitos terapeutas atenderem casos de pessoas com relacionamentos abusivos. Quando usamos este termo "abusivo", ele refere-se a uma série de comportamentos destrutivos direcionados ao nosso paciente. Talvez o nosso paciente seja o abusador. Simples comentários dentro de um determinado contexto, críticas pesadas, ignorar, culpar, ameaçar terminar dentre outros, podem configurar abusos dentro de uma relação. Há um desequilíbrio de poder claro e manipulação para  que uma das partes aja como a outra quer. É comum pessoas que se submetam a um parceiro crítico terem história de abandono, instabilidade nas relações, invalidações constantes dentre outros. Talvez o relacionamento  abusivo seja a única forma de dar sentido à vida. Provavelmente algo no mundo interno diz constantemente para a pessoa abusada que ela é merecedora dos maus tratos e "que se não for aquilo, não vai conseguir mais nada". Lidar com o outro de forma que nós entendamos o bem ou o

O Poder da Validação

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Ela não é somente uma habilidade terapêutica importante, mas uma habilidade social fundamental para todos que desejam viver bem com os outros. Trata-se da validação. Este termo refere-se à ideia de tornar algo válido. Pode ser uma emoção, um comportamento, um pensamento. Por exemplo: digamos que alguém está com raiva. É desagradável ver alguém com raiva. Ninguém se sente confortável diante de uma pessoa que sente esta emoção. A tendência é logo dar um jeito na situação e tentar "acalmar a fera". No entanto, quanto mais se tenta fazer o outro sentir calma, paradoxalmente você provavelmente irá aumentar a intensidade emocional da pessoa. O mesmo ocorre com a tristeza, o medo e outras emoções. Assim sendo, palavras como “não fica assim”, “você vai dar a volta por cima”, “isso não é nada”, “olha como a vida de fulano é pior”, “você não tem motivos para reclamar” são invalidantes e tendem a deixar as pessoas piores do que estão. Na terapia cognitivo-comportamental (especial

Ondas e/ou gerações em TC e/ou TCC?

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Nos últimos cinco anos, dentro do contexto brasileiro, as abordagens mais recentes de terapias cognitivo-comportamentais vêm se popularizando. Se há vinte anos atrás a Terapia Cognitiva de Beck e a Terapia Racional Emotiva Comportamental de Ellis eram novidades para muitos em terras brasileiras, nomes como "terapia de aceitação e compromisso", "terapia comportamental dialética", "terapia funcional analítica" dentre outras são novidades para muitos agora. O fato é que nenhuma dessas abordagens é recente. Quase todas elas têm mais de 15 ou 20 anos, mas só começaram a ser amplamente divulgadas recentemente no Brasil. Um termo que vem se popularizando bastante já há alguns anos, entretanto, é "terceira onda" ou "terceira geração". Vistas por muitos como superiores às terapias de "segunda onda" (como a de Beck e Ellis), elas vêm despertando o interesse de muitos estudantes e psicoterapeutas. O termo "terceira onda" foi
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Mitos sobre a TCC: para além dos limites da abordagem clássica (2) Alguns dos outros mitos que mencionei na postagem anterior: 2. Governa o sujeito. Governar o sujeito significa dar diretrizes a ele, dar um direcionamento. Governar, de acordo com o dicionário da Academia Brasileira de Letras (ABL, 2008) significa "exercer o governo de", "ter o controle ou a direção de", "controlar, dominar". No caso ao qual está se fazendo referência aqui, o terapeuta teria o controle ou a direção da terapia; controlaria ou dominaria as sessões, não levando em conta a participação do cliente de forma ativa. A TCC, na realidade, não se propõe a controlar ou dominar. Pelo contrário. Há um princípio do trabalho em TCC denominado empirismo colaborativo, que é descrito em diversos livros e artigos sobre a abordagem. Beck, Rush, Shaw e Emery (1997) no clássico Terapia Cognitiva da Depressão apontam que terapeuta e paciente formam uma "equipe" no sentido de tra
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Mitos sobre a TCC: para além dos limites da abordagem clássica Todos os profissionais de Psicologia sabem que há diversas abordagens e formas de entendimento acerca do ser humano. O público geral não costuma ter esta informação o que torna as pessoas perdidas quando este assunto surge ou quando há a necessidade de se buscar uma psicoterapia. O que poucos sabem (incluindo profissionais da Psicologia) é que dentro da Terapia Cognitivo-Comportamental (que na verdade são Terapia S Cognitivo-Comportamentai S ) há várias abordagens. Ao longo da minha trajetória na Psicologia tenho ouvido muitas críticas sem fundamento acerca da TCC como abordagem, incluindo: 1. É muito mecanicista. 2. Governa o sujeito. 3. Condiciona as pessoas. 4. Trata somente os sintomas e deixa "o que interessa" de lado. 5. Não leva em conta a emoção, só o racional. 6. É uma mera aplicação de técnicas. 7. É elitista, pois envolve um nível de raciocínio que pessoas mais simples não entendem. 8. Serv

Erros na terapia

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Todo terapeuta, iniciante ou experiente, tem alguma história sobre algum erro que já cometeu com algum cliente. Apesar de sermos todos seguidores do código de ética profissional do psicólogo, isso não livra nenhum profissional de cometer algum equívoco. Assim como em toda profissão, os terapeutas também os cometem. Para evitá-los, o livro de Bernard Schwartz e John Flowers pode ser uma boa opção. Como falhar na relação? Os 50 erros que os terapeutas mais cometem é um livro bastante objetivo que lista os tropeços mais frequentes dos psicoterapeutas. Por mais treinamento que um profissional tenha, ninguém está livre de cometer o que está listado no livro. As falhas variam de acordo com temas. Algumas podem ser cometidas mesmo antes de se iniciar a psicoterapia, até problemas na avaliação, no relacionamento terapêutico ou ao encerrar a terapia e ainda erros  que o terapeuta pode cometer com ele mesmo. Quando se inicia um processo terapêutico, o cliente e o terapeuta possuem expecta